sábado, 26 de janeiro de 2008

Toca-discos leve, sem strobo e belt drive vale a pena?

Consultado por um leitor, respondi:
Pergunta: Olá Joaquim, gostaria de uma ajuda sua sobre toca-discos; eu quero comprar um apenas para eu ouvir vinyl, apenas isso. Eu achei seu blog - o mundo desconhecido do áudio analógico - muito interessante, parabéns. Eu achei este modelo Audio Technica Pl50 interessante. Se puder, gostaria de algumas indicações. Obrigado.
Resposta:
Olha, é um bom toca discos, mas já no ato de sua compra, v. já deve pedir para te mandarem umas duas ou três correias de borracha para substitução futura, mesmo que isso leve anos, pela boa qualidade da correia de borracha que a Audio Technica usa. Agora eu grifei esse seu 'apenas para ou vir vinis'. É o seguinte: aqueles toca-discos mais caros e com mais recursos, não são peças exclusivas de DJ's... Como muitos pensam (não digo que seja seu caso). É que ou se ouve 100% o que tem dentro de um vinil, ou não: se ouve 99%, 90%, 80%... E eu nunca escutei um PL50 Audio Technica. O chamei de exclente, porque o seu fabricante é um tradicional e excelente fabricante de cápsulas e entende muito bem de um assunto chamado "ressonância de cantilever entre shell e braço", rippling, etc. Então devem ter cuidado muito bem disso. Sendo assim, penso que ele deve retirar do LP um grau muito bom de som, mas não acredito em 100% (fisicamente possíveis), devido ao seu peso - é leve, segundo informações do site, e isso tem implicações, que, na realidade são restrições. E p'ra finalizar, não tem pich, o que é um grave defeito e não sei porque a Audio Tecnica deixou isso passar, pois por mais que a rotação seja constante e bem regulada de fábrica, v. vai ficar na dependência de duas coisas nesse item: Deles terem colocado um circuito autoregulador de rotação (e não um simples potenciômetro dentro do motor ou trimpot, de regulagem manual, mas difícil acesso, que só técnicos tem) e de ter um bom fornecimento de energia na sua casa, porque se ela variar, o toca-discos pode cair de rotação. Digamos que na sua rua a energia varie de 105, 110 a 127 volts: Pode haver uma queda de rotação perceptível. É nessa hora que o pich-control entra e é recurso essencial (pensam que é só coisa de toca-disco de DJ), porque aí v. regula diante do strobo e está tudo bem. (Strobo é uma luz vermelha focando em cima de um gráfico impresso na borda do toca-discos, que ao girar, te dá a rotação exata). E o fato da transmissão ser feita por correia de borracha, o que incrementa barulho ao som final do vinil, a needledoctor informa que a relação sinal-ruído é de 45 dB, que eu considero ruim, para meus ouvidos exigentes (a do meu TD é de 70 dB). E a correia também provoca o desgaste da polia de metal que a impulsiona. Assim, é por essas e outras que o som do vinil ficou desmerecido em relação ao som do CD, tido como coisa inferior, porque a indústria retira elementos essenciais para a audição completa e segura de um vinil para vender, atraindo o consumidor por preços mais acessíveis! Analógico, como eu digo logo no início do meu blog http://vinilnaveia.blogspot.com/ É caro! Não tem magia. Não tem milagres.
Sendo assim, se v. comprar um Audio Techinica desses, vai fazer as seguintes concessões:

1. Um toca-discos leve (- de 3 quilos) não pode ser escutado alto, porque o próprio som da caixa acústica - se ela tiver um alto falante de grave de 10", 12", 15" ou 18, vai penetrar no toca-discos, vibrá-lo e provocar o fenômeno da realimentação (conhecido como Air Born - nascido do ar) e aí o grave vai começar a distorcer - e não só os graves são prejudicados, em menor proporção os agudos e os médios. Um bom toca-discos deve ter entre 10 e 15 quilos. O Mínimo são 6 quilos, o caso do tradicional TD-6000 Polyvox, que eu tenho. (Pretendo comprar um Numark TTX-USB e a "Lenda - O MK-II da Technics"). (Mais tarde, quem sabe um Rega...).
2. Vai abrir mão do pich-control e strobo - controle de rotação, ou seja, não vai escutar a música 100% na rotação em que ela foi gravada, pois v. depende da não-variação de energia da sua casa, o que é difícil de não acontecer; (e ainda tem o arrasto do próprio sulco, embora TD por correia seja considerado forte e não sofra influência disso - o meu TD já sofre e eu sempre "dou" pich nele nessas horas).
3. Vai abrir mão de uma relação sinal-ruído que você e um vinil mereçam: Uma que seja acima de 65 decibéis.
4. Braço leve. Mais sujeito a ressonâncias e mais incompatível com uma gama de cápsulas existentes no mercado, caso v. queira experimentar as centenas de "guloseimas" que existem no mercado (variados tipos de cápsulas/agulhas). (Cada uma delas tem um som tonalmente diferente!).
5. Vai ter o aborrecimento da troca de correia, dependendo de o quanto você usará seu toca-discos, pode ser daqui a 2 anos, pode ser daqui a 5, mais ou menos; isto porque a borracha resseca, para mais ou para menos dependendo do clima de onde v. mora e de onde este TD vai estar posicionado na sua casa. E vai se sujeitar ao desgaste da polia de metal do motor, que dele faz parte, esse desgaste provoca queda de rotação - a menos que a polia seja feita de material indesgastável como titânio ou diamante.
Acho que enumerei tudo.
Conclusão: se v. se emociona com o fato de estar diante de um TD e um vinil com lindos encartes e uma linda foto ou arte na capa e menos do que percebe ou recebe também pelo ouvido; não ouve alto e não está se importando em trocar peças futuramente, como motor e polia, compre-o.

Agora se v. quer um toca-discos para não fazer nada, a não ser escutar o som original do vinil, a melhor cópia do som real com a máxima resolução que se pode ter dele, compre um Direct Drive (o PL50 é belt drive) desses que rotulam aí equivocadamente de profissionais ou toca-discos de DJ, que na realidade, são toca-discos que apenas não abriram mão dos elementos essenciais para a escuta completa e correta de um vinil ou LP - Long-Playing.

Um grande abraço e obrigado pela consulta.
Joaquim.

PS. Uma boa sugestão é o TT 200 da Numark, um Direct-Drive que vem com as 3 rotações. Mas há infinidades de Marcas, Stanton, Technics, American DJ, Geminni...
Também há usados, como TD-3000 e TD-6000 Polyvox, Sony, Sansui... No Mercado Livre, coloque no buscador toca-discos tal, e, quem sabe, v. compre um bom usado. Evite toca-discos que tenham circuito integrado comandando a rotação, certo? P'ra isso, consulte o Fábio Araújo, de Itaipuaçú, ele tem Orkut.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

CABOS CAROS? PRA QUE? QUEM DÁ A LIÇÃO É HOLBEIN MENEZES.



Sabemos que cabos são importantíssimos para a pureza do som. Cabos ruins prejudicam a qualidade das freqüências. Mas não é imprescindível que os cabos sejam caros, pra lá de 1.000 reais o par. O Mestre ensina que há cabos excelentes e de custo baixo. São carinhosamente chamados de Aratacas, pelo Mestre Holbein. E eu perguntei e ele ensinou, com maestria.
Joaquim, os Aratacas são cabos de avião de guerra, protegidos contra oxidação com material que não se sabe qual - mas deve ser à prova de tudo, revestidos do melhor dielétrico que existe, o politetrafluoroetileno - o popular teflon, e, ambos os condutores são idênticos. Existe uma blindagem a proteger ambos os condutores contra campos eletromagnéticos. E aqui é que reside a excepcionalidade do cabinho: A blindagem só faz blindar, não conduz os sinais de áudio, por isso que só deve (ou está) conectado em uma das pontas do cabo - a ponta que leva o sinal de um estágio para outro, na outra ponta, não. Não me lembro se marquei com uma seta o sentido da condução dos sinais de áudio; devo tê-lo feito (marcou sim, os recebi marcados). Mas pode usar sem receio, se no sentido "errado" produzirá um zumbido de "hum", se no sentido certo, ficará mudo como uma pedra. E é este o bom. O cabo é universal, joga nas onze, pode ser ligado entre o ledor e o pré, entre o pré e o amplificador etc. Tenho-os no meu sistema até como cabo de caixa, cabo de eletricidade e cabo de vídeo. Funciona melhor que os ditos "especialistas". Deu para entender? (Claro! Brilhante) Um abraço do Holbein Menezes.
Realmente. Com efeito. Importante é, principalmente, o revestimento do cabo para impedir a corrosão, uma vez que um cabo ou fio (há diferenças entre um e outro) com corrosão avançada, faz com que o caminho dos elétrons se modifique, ziquezagueando entre as crateras de corrosão, uma vez que a eletricidade não se conduz pelo meio do condutor de metal (cobre, alumínio etc), mas exclusivamente pela sua superfície. E esse zigue-zague é resistência ao avanço dos elétrons, que inclusive, provoca perdas em forma de calor. E isso tudo pode prejudicar as freqüências do áudio.
Joaquim.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O CAMINHO TECNOLÓGICO QUE A CULTURA DO ÁUDIO ESTÁ FAZENDO ATUALMENTE - AS TENTATIVAS DIGITAIS.

Surgiu o HD AAC, que dizem será o substituto do CD. Não acredito que "eletricidade" vá substituir uma mídia física tão importante e bonita como o CD, (Embora eu prefira o LP), afinal o fetiche pelo objeto conta, a cultura conta, a foto do artista conta, a sua assinatura, a foto da banda e os textos relatando como foi a gravação. O que talvez queiram dizer é que há possibilidade de um dia ele vir a parar de ser fabricado em massa. Mas parar de ser fabricado definitivamente, não acredito.Como também não deixou de ser fabricado o LP, hoje mais conhecido como vinil. Além do mais, o HD AAC é um software, um mero fichário de 24 bits a 96 a.s (Amostras por segundo, já que a denominação 96 khz é errada) dependente de um CODEC para ser lido, sujeito à corrupção de dados. O CD, perto dele, é uma mídia infinitamente mais estável, pois os pits estão gravados fisicamente, representando os bytes. A ameaça é a corrosão e a infestação de fungos, mas com um bom processo de fabricação, pelo menos durarão anos, como um que já tenho há 17 anos, Vinícius de Morais ao vivo. Além do mais, memórias flash são sujeitas a panes, como qualquer componente eletrônico, principalmente pela sua complexidade, pois não são meros semicondutores, são micro-chaveamentos coletivos do tipo "flip-flop". Contudo, leia a matéria para ficar por dentro.


Esta notícia saiu no site Inovação Tecnológica - http://www.inovacaotecnologica.com.br/

"Morte do CD é decretada por codec HD-AAC, que comprime música sem perda de dadosDa redação09/01/2008. O Instituto Fraunhofer, da Alemanha, criador do formato MP3, acaba de anunciar a morte do CD. O instituto lançou nesta semana um novo formato para codificação de música digital chamado HD-AAC, que preserva a qualidade do original sem perdas. Morte do CD: O HD-AAC oferece compressão de 24 bits com amostragem de 96 kHz. Os CDs atuais são gravados com compressão de 16 bits e qualidade de 44,1 kHz. Ou seja, o novo formato tem qualidade de som significativamente melhor do que o CD. Daí a decretação da morte do CD, que já vinha sendo ameaçado pelo MP3. O novo codec HD-AAC é derivado do padrão MPEG-4 SLS ("Scalable to Lossless"), sendo também compatível com os tocadores de música portáteis, como o iPod e assemelhados. Codec HD-AAC: "Os consumidores poderão comprar conteúdo em lojas online de música com som melhor do que os CDs, e preservar sua coleção atual de CDs para o futuro codificando-a em HD-AAC," disse Harald Popp, coordenador do Departamento de Sistemas Multimídia em Tempo Real do Instituto Fraunhofer.
Compressão sem perda: (Isso é uma mentira deslavada! Toda digitalização já tem perda!). Músicas codificadas no padrão HD-AAC poderão ser tocadas diretamente em tocadores de MP3 e até em telefones celulares que possuam o codec. O processo de codificação preserva cada bit de informação contido no arquivo original não comprimido, resultando na chamada codificação sem perda (Mentira; melhor seria dizer a verdade: "Com menos perdas"). Segundo Popp, o codec HD-AAC já está disponível para PC e dispositivos integrados, incluindo microprocessadores ou processadores de sinais digitais (DSPs) da ARM, MIPS, Texas, Analog Devices, Intel e IBM".

Nota: Como percebemos, é uma matéria escrita por quem não tem compromisso estrito com a verdade em audiofilia.

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Joaquim Martins Cutrim. e-mail: joaquim777@gmail.com